
Ensino de Português no Estrangeiro: “tanto alunos como professores foram abandonados”
Testemunho de professora do Ensino de Português no Estrangeiro.
No Ensino do Português no Estrangeiro, que conta com cerca de 314 professores e cerca de 30 mil alunos, a cargo do Instituto Camões, tanto alunos como professores foram abandonados pelo citado Instituto desde início da pandemia e encerramento das escolas, com a mera indicação que devia ser feito ensino a distância.
Como muitos alunos ou são demasiado jovens para utilizar as tecnologias necessárias a esse tipo de ensino – 80% da população escolar do EPE é constituída por alunos até ao 5° ano de escolaridade – ou não tem acesso às mesmas, grande parte dos nosso alunos está praticamente sem aulas de Português desde 16 de Marco, situação que quase certamente se irá prolongar até fim do ano lectivo pois as escolas locais não irão disponibilizar salas para as aulas de Português nas condições actuais.
Apesar de tudo isso, por parte do Instituto Camões não foi feito qualquer levantamento nem da quantidade de alunos sem aulas nem dos casos de risco existentes entre alunos e professores. O único interesse é cobrar a propina dos alunos já inscritos para o próximo ano lectivo, que não se sabe como e quando recomeçará.
Os alunos do EPE são tão portugueses como aqueles em Portugal, portanto merecedores do mesma atenção e usufruto dos mesmos direitos, o que não está a suceder, devido à mudança de tutela para o Instituto Camões, uma entidade em nada vocacionada para o ensino do Português a alunos lusodescendentes do Ensino Básico e Secundário.