“O Ministério da Educação desresponsabilizou-se de fornecer uma plataforma segura”
Testemunho e propostas de uma professora do 1º Ciclo.
A transição abrupta para aulas por Internet ocasionou grande confusão. Os alunos que não tinham meio tecnológicos foram muito prejudicados. Após o período de interrupção letiva da Páscoa foi possível gerir a forma de comunicação e de organização do trabalho dos alunos. Mantém-se ainda alunos sem meios tecnológicos adequados e estão, por isso, excluídos do desenvolvimento das aprendizagens.
O maior problema residiu nos recursos disponibilizados. Numa primeira fase o ME fez uma lista de recursos e deixou que os professores resolvessem os problemas de acesso.
Após o período da Páscoa já não se concebia que tudo continuasse na mesma. O ME desresponsabilizou-se de fornecer uma plataforma segura, com valências adequadas.
Os professores foram indicando plataformas disponíveis, obrigando os alunos a fornecer dados a empresas privadas a fim de estabelecer comunicação e encontrar formas de trabalho com os alunos. Às crianças pequenas foi sugerido que tivessem um endereço de mail próprio, apesar de legalmente só ser permitido a partir dos 13 anos. São amiúde sugeridas e divulgadas medidas de segurança na Internet que de todo se revelam insuficientes e inadequadas.
No mês que mediou entre o encerramento das escolas e o início do 3º período houve tempo para encontrar uma plataforma dedicada ao trabalho das escolas sem que fosse necessário concordar com termos de utilização que todas as plataformas privadas exigem.
No trabalho com os mais pequenos, penso que são assuntos delicados e que merecem atenção.
Aquando da avaliação das escolas ou em tantos outros aspetos, ao longo do ano, o ME solicita às escolas o preenchimento de múltiplas plataformas de gestão e de avaliação. Numa fase complicada como a que vivemos não foi possível disponibilizar uma plataforma para cumprir o fundamental da escola – a aprendizagem dos alunos.
Considero também uma falta de respeito e um abuso o fato de terem sugerido aos professores uma lista de recursos avulsa.
Propostas e soluções: Criação de uma plataforma de trabalho curricular, com vertentes funcionais e de fácil utilização por alunos que permita o desenvolvimento do trabalho de aprendizagem dos alunos.