“Estou a trabalhar ininterruptamente desde 27 de fevereiro”
Testemunho e propostas de Encarregada de Educação e Professora do 3º Ciclo do Ensino Básico.
Na qualidade de professora, estou descontente com várias situações:
1) Ninguém me perguntou se eu dispunha dos meios tecnológicos para trabalhar em casa, partiram do pressuposto que sim.
2) Os recursos da escola (tablets, portáteis e computadores) não foram disponibilizados aos alunos carenciados e estão todos “off” na escola.
3) A autarquia não providenciou Net para todos os alunos.
4) Estou a trabalhar ininterruptamente desde 27 de fevereiro, não tive direito à higiénica e necessária interrupção letiva da Páscoa. E a partir de 16 de março estou a trabalhar em média 12 horas por dia. Compreendo que situações excepcionais exigem medidas excepcionais, mas dizer umas coisas bonitas na televisão, aos professores, não chega e não nos convence.
Receio que, terminado o confinamento, se esqueçam novamente da classe profissional que ajuda a formar todas as outras!
Na qualidade de encarregada de educação:
1) Tenho a agradecer toda a dedicação dos professores dos meus filhos. Têm sido incansáveis e disponíveis para ajudar. A adaptação foi de parte a parte e agora que foram criadas rotinas, está a correr tudo bem.
2) Não compreendo por que não foi auscultada a classe docente relativamente ao regresso às aulas a 18 de maio, uma vez que são os especialistas e os que estão no terreno. A DGS não toma nenhuma decisão sem consultar os seus especialistas/consultores. O ME além de revelar falta de capacidade de decisão peca ainda por não perguntar e decidir sem perceber patavina do que está a decidir!!
Propostas e Soluções: Neste momento as autarquias estão a poupar na manutenção dos estabelecimentos, bem como nos transportes pelo que a opção de canalizar verbas para fazer um contrato com uma operadora e garantir acesso à Net a todo o concelho parece-me razoável e pertinente.